REVOLUÇÃO INGLESA REVOLUÇÃO INGLESA - HOBBES & LOCKE

12/09/2014 11:49

Ao vermos a grande reverência e prestígio que as autoridades monárquicas inglesas possuem, nem chegamos perto de imaginar que esse país foi palco de um conflito contra sua realeza. No entanto, no século XVII, a ilha britânica protagonizou um dos primeiros episódios que sinalizavam a crise do Antigo Regime. Foi durante a Revolução Inglesa que as instituições nobiliárquicas foram alvo de uma violenta disputa que marcou a história política da Inglaterra. 

NOBILIARQUIA: Este conceito era amplamente difundido no processo de concessão de títulos de nobreza a indivíduos que haviam relizado um conjunto de atos à monarquia vigente .

Durante os reinados da dinastia Tudor, a Inglaterra viveu um notório desenvolvimento de sua economia. Sob a tutela do rei Henrique VIII e, posteriormente, da rainha Elizabeth I, a burguesia britânica viveu anos de intensa ascensão econômica. A formação de monopólios comerciais e o desenvolvimento de lucrativas atividades fizeram com que a parte da burguesia britânica enriquecesse rapidamente. No entanto, os pequenos comerciantes acabaram sendo prejudicados. 

As vantagens da política econômica britânica beneficiavam uma parcela limitada de uma burguesia bem relacionada com as autoridades reais da época. Além disso, parte das corporações de ofício inglesas detinha o monopólio sob a produção de certos produtos manufaturados que impediam a ampliação do campo de atividades econômicas explorados pela burguesia.

No campo, a velha economia agrícola voltada ao abastecimento sofria grandes transformações. As terras passaram por um grande processo de especulação econômica decorrente da demanda da burguesia por matérias-primas. Foi nesse período que se instituiu a política dos cercamentos (terra cercadas destinadas a pastagens – camponeses sem terra). Tal medida visava ampliar a disponibilidade de matéria-prima por meio da apropriação das terras coletivas e devolutas. Com isso, vários camponeses e pequenos proprietários de terra sofreram uma terrível perda que empobreceu tais setores da sociedade britânica.

Nesse contexto contraditório, onde a Inglaterra enriquecia à custa da exclusão econômica de parte da população, é que temos preparado o contexto revolucionário inglês. Além dos problemas de caráter econômico, as contendas religiosas entre católicos e protestantes dividiam a sociedade britânica em mais uma delicada questão histórica.

As tensões sociais e a situação da monarquia britânica se agravaram quando, em 1603, a dinastia Stuart chegou ao trono inglês. Influenciados por uma forte tradição católica e interessada em fixar bases mais sólidas ao absolutismo britânico, os monarcas da família Stuart acabaram alimentando disputas de caráter econômico e religioso. Dessa forma, foi dado início às disputas entre o Parlamento, de visão liberal e composta por burgueses protestantes; e o reis da Dinastia Stuart, que eram católicos e procuravam ampliar sua autoridade política. O autoritarismo real contribuiu para que diversos conflitos acabassem se desenvolvendo no interior da Inglaterra. Não conseguindo atingir a imposição de reformas que acabassem com os problemas religiosos e econômicos, o Parlamento buscou no apoio popular a instauração de uma guerra civil que marcou as primeiras etapas do processo revolucionário inglês.

Revolução Inglesa - Hobbes e Locke

Dois grandes pensadores políticos do ocidente viveram de perto os acontecimentos da revolução Inglesa, que se estendeu de 1640 até 1689. As transformações ocorridas na Inglaterra do século XVII são evidentes nas obras de Thomas Hobbes e John Locke. Os dois adotaram posições diferentes em relação à queda do poder absolutista inglês, e suas teorias políticas influenciaram diversas discussões posteriores.

Thomas Hobbes (1588 – 1679) saiu da Inglaterra durante a Guerra Civil travada entre os Cavaleiros e os Cabeças Redonda, foi professor do filho de Carlos I na França e tornou – se próximo da corte dos Stuart. Durante o seu exílio na França, escreveu Leviatã, uma de suas principais obras políticas, e, quando o poder dos Stuart foi restaurado, já vivia na Inglaterra. Curiosamente, algumas de suas obras foram censuradas por seu antigo aluno, o rei Carlos II. Hobbes defende o poder absoluto do soberano pela força e o Estado é essencial para manter a paz entre os seres humanos; o poder político é apresentado como o poder de um pai sobre o filho, que o subjuga por poder destruí – lo. Há uma justificativa pragmática e racional da existência do Estado, trata – se de adquirir o poder por meio da “força natural” de um pai sobre um filho, por exemplo, ou por meio da guerra. O pensamento de Hobbes está vinculado ao Antigo Regime, que no século XVII foi alvo de Críticas e enfrentamentos na Inglaterra.

John Locke nasceu em 1632, e seus pais participaram da Guerra Civil lutando pelas tropas do parlamento. Quando Hobbes escreveu Leviatã, Locke tinha aproximadamente 18 anos e ainda era estudante. Viajou bastante pela Europa durante a Republica de Cromwell e os reinados de Carlos II e Jaime II, e as críticas ao Absolutismo tornaram-se muito evidentes em seus textos. Retornou à Inglaterra após a Revolução Gloriosa e era muito próximo de Guilherme de Orange, que assumiu o trono após a deposição de Jaime II. ohn Locke foi o grande teórico da Revolução. Sua obra fora publicada entre 1685 e 1720. Refutou a monarquia absolutista e defendeu o governo liberal em seu livro “Tratado sobre o governo civil”. Para ele o governo deve ser exercido pelo Parlamento, que representa os interesses do povo.

 

 

 

 

 

 

 

 

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